segunda-feira, 7 de julho de 2014

“O modelo dos modelos” de Italo Calvino e a sua relação com o AEE.



Texto “O modelo dos modelos” de Italo Calvino e a sua relação com o AEE.




O texto nos leva a uma reflexão sobre o nosso papel quanto educadores do AEE e sobre a própria construção e reconstrução da Educação longo da sua História.
 O modelo tradicionalista e toda a pedagogia Liberal buscava uma educação homogênea, em que todos tinham que seguir o caminho da mesma forma percebendo a mesma “pedra no meio caminho” como bem escreveu Carlos Drummond de Andrade. Aqueles que não conseguissem seguir o modelo apresentado pela escola, eram excluídos do contexto escolar, ou melhor, dependendo das limitações, não podia chegar perto da escola. E o que mais dói neste modelo é saber que as pessoas não eram vistas como pessoas que podiam avançar e alcançar êxito, sua aparência era quem o definia como capaz ou incapaz, e assim, muito gênios certamente, ficaram “trancados “ ou” traumatizados” pelo simples fato de não coincidirem com a perfeição esperada pelo modelo pensado.

[...] A regra do senhor Palomar foi aos poucos se modificando: agora já desejava uma grande variedade de modelos, se possíveis transformáveis uns nos outros segundo um procedimento combinatório, para encontrar aquele que se adaptasse melhor a uma realidade que por sua vez fosse feita de tantas realidades distintas, no tempo e no espaço. [...] Analisando assim as coisas, o modelo dos modelos almejado por Palomar deverá servir para obter modelos transparentes, diáfanos, sutis como teias de aranha; talvez até mesmo para dissolver os modelos, ou até mesmo para dissolver-se a si próprio.

Analisando  citações do texto acima, podemos refletir e comparar com a culminância do grande Marco Legal: A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação inclusiva, pois assim como Palomar que “agora já desejava uma grande variedade de modelos, se possíveis transformáveis uns nos outros segundo um procedimento combinatório, para encontrar aquele que se adaptasse melhor a uma realidade que por sua vez fosse feita de tantas realidades distintas, no tempo e no espaço.” Esta política propõe este novo olhar para a Educação que propõe e obriga as escolas receberem todos os alunos, seja ele com ou sem deficiência. Este documento reconhece que é possível transformar, só precisa buscar com paciência os elementos combinatórios para as diversas realidades, afinal somos iguais nas nossas diferenças. É neste contexto que nasceu o AEE(Atendimento Educacional Especializado),e para que o AEE aconteça é preciso que todas as pessoas que fazem parte a educação apaguem da mente o modelo dos modelos, e pode-se dizer que o AEE é o novo que se depara face a face com a realidade mal padronizável e não homogeneizável. No AEE tudo é percebido como possível de acontecer, claro respeitando o momento, as habilidades e as dificuldades de cada pessoa,  as pessoas são vistas como capazes e únicas.

No AEE não existe receita pronta, é uma descoberta a cada dia e aquilo que, muitas vezes, achamos impossível de resolver ou avançar, por não desistir, tudo se transforma, buscando  compreender o todo,  enxergar a pessoa e não a sua deficiência, não se pergunta o que ele sabe, busca-se oferecer ferramentas para novas descobertas e assim vai-se ampliando o seu repertório de ideias, descobertas, habilidades e procura junto com o outro superar os obstáculos.  
 Tanto o senhor Palomar quanto os educadores do AEE se apresentam como pessoas que sabem que precisam mudar sua postura diante das coisas do mundo e que precisam fazer algo para que todas as pessoas sejam livres e respeitas na sociedade em que vivem, e que acima de tudo possam viver ativamente, uns com os outros.


Referências:
CALVINO, Italo - Texto:  O Modelo  dos Modelos.

RAPOLI,E.;MANTOAN,M.T.;SANTOS,M.T.;MACHADO,R.; -A Educação Especial na Perspectiva da Educação Escolar- A Escola  Comum Inclusiva- ME/SEE/UFC- Brasília.2010




domingo, 8 de junho de 2014

"Recursos de Baixa Tecnologia que possa apoiar o aluno com TGD em seu desenvolvimento"



                        Recursos de Baixa Tecnologia para a Comunicação de Alunos com TEA/ TGD

                                       
                                                      O que é a comunicação alternativa?

A área da tecnologia assistiva que se destina especificamente à ampliação de habilidades de comunicação é denominada de Comunicação Alternativa (CA). A comunicação alternativa destina-se a pessoas sem fala ou sem escrita funcional ou em defasagem entre sua necessidade comunicativa e sua habilidade de falar e/ou escrever.
A CA pode acontecer sem auxílios externos e, neste caso, ela valoriza a expressão do sujeito, a partir de outros canais de comunicação diferentes da fala: gestos, sons, expressões faciais e corporais podem ser utilizados e identificados socialmente para manifestar desejos, necessidades, opiniões, posicionamentos, tais como: sim, não, olá, tchau, banheiro, estou bem, sinto dor, quero (determinada coisa para a qual estou apontando), estou com fome e outros conteúdos de comunicação necessários no cotidiano.
Com o objetivo de ampliar ainda mais o repertório comunicativo que envolve habilidades de expressão e compreensão, são organizados e construídos auxílios externos como cartões de comunicação, pranchas de comunicação, pranchas alfabéticas e de palavras, vocalizadores ou o próprio computador que, por meio de software específico, pode tornar-se uma ferramenta poderosa de voz e comunicação. Os recursos de comunicação de cada pessoa são construídos de forma totalmente personalizada e levam em consideração várias características que atendem às necessidades deste usuário.
O termo Comunicação Aumentativa e Alternativa foi traduzido do inglês Augmentative and Alternative Communication - AAC. Além do termo resumido "Comunicação Alternativa", no Brasil encontramos também as terminologias "Comunicação Ampliada e Alternativa - CAA" e "Comunicação Suplementar e Alternativa - CSA".

Os recursos apresentados abaixo são de desenhos simples e claros de fácil reconhecimento e adequados para qualquer idade e podem ser utilizados com alunos com TEA (Transtorno do Espectro Autista) e alunos com TGD (Transtorno Global do Desenvolvimento), na sala de aula, na sala de AEE ( Atendimento Educacional Especializado),na biblioteca e até mesmo em casa.
Professores do AEE, ao elaborarmos um recurso de CAA, devemos levar em consideração as especificidades do aluno, prestando atenção as suas necessidades, identificando as suas possibilidades, reconhecendo suas limitações, e junto com ele selecionando e oferecendo o recurso de CAA, que, naquele momento e para aquela situação é o mais indicado.
Isto significa que, assim como o aluno muda constantemente, os recursos também devem acompanhar esta mudança, adequando-se ás necessidades provenientes do desenvolvimento ou dos problemas que persistirem e exigirem novos recursos.


                            Cartões de Comunicação com símbolos gráficos



                               

 Descrição de imagem:

A imagem apresenta vários cartões de comunicação com símbolos gráficos representativos de mensagens. Os cartões estão organizados por categorias de símbolos e cada categoria se distingue por apresentar uma cor de moldura diferente: cor de rosa são os cumprimentos e demais expressões sociais, (visualiza-se o símbolo "tchau"); amarelo são os sujeitos, (visualiza-se o símbolo "mãe"); verde são os verbos (visualiza-se o símbolo "desenhar") ; laranja são os substantivos (visualiza-se o símbolo "perna"), azuis são os adjetivos (visualiza-se o símbolo "gostoso") e branco são símbolos diversos que não se enquadram nas categorias anteriormente citadas (visualiza-se o símbolo "fora").



PCS- Picture communication Symbols (Símbolos de Comunicação Pictórica)


Um dos sistemas simbólicos mais utilizados em todo o mundo é o PCS - Picture Communication Symbols, criado em 1980 pela fonoaudióloga estadunidense Roxanna Mayer Johnson. No Brasil o PCS foi traduzido como Símbolos de Comunicação Pictórica. O sistema PCS possui como características: desenhos simples e claros, fácil reconhecimento, adequados para usuários de qualquer idade, facilmente combináveis com outras figuras e fotos para a criação de recursos de comunicação individualizados. São extremamente úteis para criação de atividades educacionais. O sistema de símbolos PCS está disponível no Brasil por meio do software Boardmaker.



                                                           Prancha com símbolos PCS


     



Descrição: http://www.assistiva.com.br/linha.gif

  Descrição de imagem: Visualiza-se uma prancha de comunicação com dezoito símbolos gráficos PCS cujas mensagens servirão para escolher alimentos e bebidas. Os símbolos PCS estão organizados por cores nas categorias sociais (oi, podes ajudar?, obrigada); pessoas (eu, você, nós); verbos (quero, comer, beber); substantivos (bolo, sorvete, fruta, leite, suco de maçã e suco de laranja) e adjetivos (quente, frio e gostoso).

Fontes de pesquisa:



quarta-feira, 23 de abril de 2014

DIFERENÇA ENTRE SURDOCEGUEIRA E DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA


DIFERENÇA ENTRE SURDOCEGUEIRA E DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA

                                               Mabel Milany Leão



A PESSOA COM SURDOCEGUEIRA



Para entender o que é surdocegueira, faz-se necessária uma explicação sobre a sua grafia. Conforme Lagati (1995), a

Surdocegueira é uma condição que apresenta outras dificuldades além daquelas causadas pela cegueira e pela surdez. O termo hifenizado indica uma condição que somaria as dificuldades da surdez e da cegueira. A palavra sem hífen indicaria uma diferença,
uma condição única e o impacto da perda dupla é multiplicativo e não aditivo.

Para McInnes (1999), a premissa básica é que a surdocegueira é uma deficiência única que requer uma abordagem específica para favorecer a pessoa com surdocegueira e um sistema para dar este suporte. O referido autor subdivide as pessoas com surdocegueira em quatro categorias:

1- Indivíduos que eram cegos e se tornaram surdos;

2-Indivíduos que eram surdos e se tornaram cegos;

3- Indivíduos que se tornaram surdocegos;

4-Indivíduos que nasceram ou adquiriram surdocegueira
precocemente, ou seja, não tiveram a oportunidade de desenvolver linguagem, habilidades comunicativas ou cognitivas nem base conceitual sobre a qual possam construir uma compreensão de mundo.

CAUSAS DA SURDOCEGUEIRA CONGÊNITA:

Origem pré-natal - Rubéola Materna, Toxoplasmose, Drogas teratogênicas (são as drogas capazes de causar malformação no feto quando tomadas durante a gravidez), Incompatibilidade sanguínea.
 Lesões neonatais - Prematuridade, Anóxia,

Origem genética - Síndrome de Usher (é uma doença genética que causa surdez e cegueira) Síndrome Charge (é uma síndrome causada por defeitos genéticos).
-A síndrome CHARGE é a principal causa de surdocegueira congênita.
-Sendo a mais frequente entre essas a rubéola materna.

ADQUIRIDA: A pessoa nasce ouvinte e vidente, surda ou cega e por fatores diversos adquire a surdocegueira.

CAUSAS DA SURDOCEGUEIRA ADQUIRIDA

·        Infecções: Meningite, Sarampo, Otites Graves, Sífilis,
·        Acidentes, tumorações, etc.

TIPOS DE SURDOCEGUEIRA:

·                   Cegueira congênita e surdez adquirida
·                   Surdez congênita e cegueira adquirida
·                   Cegueira e surdez congênita
·                   Cegueira e surdez adquirida
·                   Baixa visão com surdez congênita ou adquirida                      

O mesmo autor (1999) relata que muitos indivíduos com surdocegueira congênita ou que a adquiram precocemente têm deficiências associadas como: físicas e intelectuais. Estas quatro categorias podem ser agrupadas em Surdocegos Congênitos ou Surdocegos Adquiridos. E dependendo da idade em que a surdocegueira se estabeleceu pode-se classificá-la em Surdocegos Pré-lingüísticos ou Surdocegos Pós-lingüísticos.

A PESSOA COM DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA





São consideradas pessoas com deficiência múltipla aquelas que “têm mais de uma deficiência associada”. É uma condição heterogênea que identifica diferentes grupos de pessoas, revelando associações diversas de deficiências que afetam, mais ou menos intensamente, o funcionamento individual e o relacionamento social.
(MEC/SEESP, 2002).
As características específicas apresentadas pelas pessoas com deficiência múltipla lançam desafios à escola e aos profissionais que com elas trabalham no que diz respeito à elaboração de situações de aprendizagem a serem desenvolvidas para que sejam alcançados resultados positivos ao longo do processo de inclusão.  Esses alunos constituem um grupo com características específicas e peculiares e, consequentemente, com necessidades únicas. Por isso, faz-se necessário dar atenção a dois aspectos importantes: a comunicação e o posicionamento.


COMUNICAÇÃO

Todas as interações de comunicação e atividades de aprendizagem devem respeitar a individualidade e a dignidade de cada aluno com deficiência múltipla. Isto se refere a pessoas que possuem como característica a necessidade de ter alguém que possa mediar seu contato com o meio. Assim, ocorrerá o estabelecimento de códigos comunicativos entre o deficiente múltiplo e o receptor. Esse mediador terá a responsabilidade de ampliar o conhecimento do mundo ao redor dessa pessoa, visando a lhe proporcionar autonomia e independência.
Todas as pessoas se comunicam, ainda que em diferentes níveis de simbolização e com formas de comunicação diversas; assim, considera-se que qualquer comportamento poderá ser uma tentativa de comunicação. Dessa maneira, é preciso estar atento ao contexto no qual os comportamentos, as manifestações ocorrem e sua frequência, para assim compreender melhor o que o aluno tem a intenção de comunicar e responder.


NECESSIDADES DAS PESSOAS COM SURDOCEGUEIRA E COM
DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA

O corpo é a realidade mais imediata do ser humano. A partir e por meio dele, o homem descobre o mundo e a si mesmo. Portanto, favorecer o desenvolvimento do esquema corporal da pessoa com surdocegueira ou com deficiência múltipla é de extrema importância.
Para que a pessoa possa se auto perceber e perceber o mundo exterior, devemos buscar a sua verticalidade, o equilíbrio postural, a articulação e a harmonização de seus movimentos; a autonomia em deslocamentos e movimentos; o aperfeiçoamento das coordenações viso motora, motora global e fina; e o desenvolvimento da força muscular.
As pessoas com surdocegueira e com deficiência múltipla, que não apresentam graves problemas motores, precisam aprender a usar as duas mãos. Isso para servir como tentativa de minorar as eventuais estereotipias motoras e pela necessidade do uso de ambas para o desenvolvimento de um sistema estruturado de comunicação.
Devido às dificuldades fonoarticulatórias, motoras ou mesmo neurológicas, é comum  nessas pessoas algum tipo de limitação na comunicação e no processamento e elaboração das informações recolhidas do seu entorno. Isso pode resultar em prejuízos no processo de simbolização das experiências vividas, por acarretar carência de sentido para as mesmas.
Prioritariamente deve-se, portanto, disponibilizar recursos para favorecer a aquisição da linguagem estruturada no registro simbólico, tanto verbal quanto em outros registros, como o gestual, por exemplo.
Mesmo quando a deficiência predominante não é na área intelectual, todo trabalho com o aluno com deficiência múltipla e com surdocegueira implica em constante interação com o meio ambiente. Este processo interacional é prejudicado quando as informações sensoriais e a organização do esquema corporal são deficitárias. Prever a estimulação e a organização desses meios de interação com o mundo deve fazer parte do Plano de AEE.


Referências:

Bosco, Ismênia Carolina Mota Gomes. A Educação Especial na Perspectiva da
Inclusão Escolar : surdocegueira e deficiência múltipla / Ismênia Carolina Mota Gomes Bosco, Sandra Regina Stanziani Higino Mesquita, Shirley Rodrigues Maia. - Brasília : Ministério da Educação,
Secretaria de Educação Especial ; [Fortaleza] :
Universidade Federal do Ceará, 2010.

v. 5. (Coleção A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar)

quinta-feira, 13 de março de 2014





                        Educação Escolar  de Pessoas com Surdez

   

           Estudar a educação escolar das pessoas com surdez nos reporta não só a   questões referentes aos seus limites e possibilidades, como também aos preconceitos existentes nas atitudes da sociedade para com elas.
          Essas pessoas enfrentam inúmeros entraves para participarem da educação escolar, decorrentes da especificidade do limite que a perda da audição provoca e da forma como se estruturam as propostas educacionais das escolas. Muitos alunos com surdez podem ser prejudicados pela falta de estímulos adequados ao seu potencial cognitivo, sócio-afetivo, lingüístico e político-cultural e ter perdas consideráveis no desenvolvimento da aprendizagem, ficando aquém dos demais colegas de escola.
          Diante desse quadro situacional, o importante, a nosso ver, é buscar nos confrontos, nos embates promovidos pelo encontro entre as diferenças, novos caminhos para a vida em coletividade, dentro e fora das escolas e, sendo assim, questionamos: Como seria atuar com alunos com surdez, em uma escola comum que reconhece e valoriza as diferenças? Que processos curriculares e pedagógicos precisam ser criados para atender a essa diferença, considerando a escola aberta para todos e, portanto, verdadeiramente inclusiva?.Consideramos que a escola comum é a melhor escola para as pessoas com surdez,mas os discursos e as práticas educacionais escolares, em sua maioria, não conseguiram, ainda, responder às questões acima formuladas, continuando a normalizar e a naturalizar as diferenças nas salas de aula. Não é isso, contudo, que a inclusão escolar propõe. A inclusão escolar implica mudança paradigmática, ou seja, uma nova concepção de homem, de mundo, de conhecimento, de sociedade, de educação e de escola, pautada na heterogeneidade, na não dualidade, na não fragmentação, nas diferenças multiculturais e no que existe de original e singular nos seres humanos.Segundo Damázio(2010):
    “ O problema da educação das pessoas com surdez não pode continuar centrado nessa ou naquela língua,como ficou até agora, mas deve levar-nos  a compreender  que o foco do  fracasso escolar não está só nessa questão,  mas também  na  qualidade e na  eficiência das práticas pedagógicas “.
            A dificuldade do surdo em adquirir a linguagem nos primeiros anos de vida reflete em todo seu desenvolvimento mental, emocional e na sua integração social.
Baseado em concepções sociológicas, filosóficas e políticas, surgiu no final da década de 70 a Proposta Bilíngue de Educação do Surdo.
            A Proposta Bilíngue não privilegia um língua, mas quer dar direito e condições ao individuo surdo de poder utilizar duas línguas; portanto, não se trata de negação mas de respeito; o individuo escolherá a língua que irá utilizar em cada situação linguística em que se encontrar. Segundo(Sanchez,1991):

                          “Falar em bilinguismo no campo da educação dos surdos é   fazer referência a algo muito concreto, e algo sem controvérsias à luz dos conhecimentos atuais da linguística: a existência de duas línguas ao redor dos surdos. Dito de outra forma, o bilinguismo reconhece que o surdo vive numa situação bilíngue”.

             Em resumo a toda essa situação,é preciso provocar um impacto político-social e educacional, rompendo com os modos lineares do pensar e do agir humano e reconstruir as escolas, de modo que ostente valores e atitudes diferentes, frente às suas práticas educacionais. Há que se pensar em uma escola que se organiza para todos e na qual todas as diferenças sejam reconhecidas e valorizadas.




Referência Bibliográfica:

DAMÁZIO,M. F.;FERREIRA, J.P. - Educação Escolar de Pessoa com Surdez - Atendimento Educacional Especializado em Construção- Coletânea UFC-MEC/2010,p.46-57.




sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

História em quadrinhos com audiodescrição.

História em quadrinhos com audiodescrição





O trabalho com histórias em quadrinhos pode ser desenvolvido com todos os alunos, aproveitando os diversos tipos de leitura para incentivar o hábito de ler e também de ouvir com atenção. Com o desenvolvimento da leitura o aluno vai se tornando um ser autônomo com possibilidades de crescer e também de usar da leitura para se apropriar de conceitos como o de ter boas maneiras e ser educado.






Mais informações:

www.vercompalavras.com.br
www.audiodescrição.com.br






domingo, 20 de outubro de 2013




ATIVIDADES COM BLOCOS LÓGICOS PARA ALUNOS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL





I. Descrição do Material:

Material criado por Dienes.
Constitui-se de 48 peças, que combinam quatro atributos em cada uma sendo:
• Tamanho (grande e pequeno)
• Cor (amarelo, azul e vermelho)
• Forma (círculo, quadrado, triângulo e retângulo)
• Espessura (grosso e fino)

II. Objetivos Gerais do Material:

Os Blocos Lógicos são de grande utilidade para crianças, auxiliando-a na elaboração
do raciocínio, passando gradativamente do concreto para ao abstrato. Com o auxílio dos “Blocos
Lógicos”, a criança organiza o pensamento, assimilando conceitos básicos de cor, forma e tamanho,
além de realizar atividades mentais de seleção, comparação, classificação e ordenação.

III. Sugestões Gerais:

Para crianças de Maternal e Jardim I
• Separar os blocos por cor;
• Imitar 1 seqüência montada pela professora, utilizando 1 só atributo;
• Solicitar da criança, qual o “segredo da seqüência “ (cor, tamanho, etc.
• Ordenar as peças utilizando critério próprio, determinado pela criança.
A partir do Jardim II, poderemos utilizar 2 atributos na realização das mesmas
atividades. Além destas, iniciamos com atividades para identificação de conjuntos de elementos
mediante os seus atributos comuns.
De 1ª a 4ª série, podemos utilizar os 4 atributos ao mesmo tempo, exigindo maior
abstração e raciocínio lógico no desenvolver das atividades.

IV. Atividades
A partir daqui, seguem as atividades de n.º 1 a 08.

1. DE SURPRESAS

Material: Um saco de papel ou pano, algumas peças do Bloco Lógico.
Desenvolvimento: Colocar todas as peças dentro do saco. Pedir que os alunos se
sentem em círculo e vão passando o saco de pano de um para o outro sem pular ninguém. A
professora em determinado momento diz “Já o aluno que estiver neste momento segurando o saco,
deve pegar uma das peças e falar para os colegas os atributos da peça que pegou. Se ele esquecer
algum atributo, a professora pode lembrá-lo de perguntas.

Variação: Ao invés de dizer “já” pode-se usar uma radiola ou simular cuja interrupção
da música marcará a hora de parar. Ou ainda, usar cartões coloridos com significados pré-
estabelecidos. Ex.: Cartão Vermelho parar e pegar uma das peças, sentido de rotação.
Faixa Etária: Jardim II, Jardim III, 1ª Série.

2. SALTA POÇAS

Material: Algumas peças de Blocos Lógicos.
Desenvolvimento: Inventar uma estória sobre um personagem que para alcançar seu
objetivo tenha que saltar sobre umas poças mágicas. Mas que ele descobriu uma maneira de
conseguir pular todas sem escorregar. Para isto ele deveria falar tudo o que soubesse sobre a poça.
Em seguida a professora espalha algumas peças pelo chão e diz que serão as poças. Um aluno por vez deve tentar percorrer o caminho. Para saltar a poça, ele primeiro deve dizer os atributos que ela
tem. Quem conseguir saltar todas as peças recebe o “Troféu salta-poças”.
Variação: Pode-se de acordo com o que foi trabalhado, pedir que digam apenas dois
ou três atributos. Ex.: forma e cor, ou forma, cor e tamanho.
Faixa Etária: Jardim II, Jardim III, 1ª Série.

3. CADA QUAL EM SUA CASA

Material: Cartolina ou chão riscado com o diagrama A ou B.
Desenvolvimento: Entregar uma peça para cada criança. Contar a estória de um
menino que foi trabalhar de treinador de cachorros. Só que na hora de levar os cachorros de volta as
suas casas, fez a maior confusão porque não respeitou as placas que indicavam quem morava
naquela casa. Dizer que cada peça é um cachorro e que eles devem tentar colocar cada cachorro
em sua casa.
Faixa Etária: Jardim I, II, III.

4. TREINAMENTO PARA MOTORISTAS

Material: Um jogo de 11 cartões para cada criança. Os cartões com os símbolos
podem ser feitos em estêncil e passados no mimeógrafo. Após serem recortados devem ser colados
em palito de sorvete para facilitar o manuseio.
Desenvolvimento: Dizer que eles são motoristas e que estão aprendendo a conhecer
os tipos de carro. Assim cada vez que a professora mostrar uma peça, eles devem levantar os
cartões correspondentes. Na primeira vez a professora pode trabalhar com apenas um atributo,
depois com dois, e assim gradativamente até abranger os quatro atributos.
Faixa Etária: Maternal (01 Atributo); Jardim I, II (02 Atributos); Jardim III (03 Atributos),
1ª e 2ª Séries (04 Atributos).

5. PEDIDO MUDO

Material: Os mesmos cartões do exercício anterior. 1 a 2 jogos de Blocos Lógicos de
acordo com o número de crianças.
Desenvolvimento: Separar a classe em duas filas, sentando uma defronte à outra. No
espaço entre as duas filas, espalhar os Bloco Lógicos. Distribuir os 11 cartões, para as crianças.
Uma criança levanta os cartões pedindo uma peça par ao companheiro da frente. Se este pegar a
certa e entregá-la a quem pediu, marcar um ponto para fila correspondente.
Faixa Etária: Jardim II a 2ª Série.

6. EU FALO, ELE ANOTA

Material: Um saco de papel ou pano, quadro de giz previamente preparado como o
modelo, algumas peças de “Blocos Lógicos”.
Desenvolvimento: Os alunos devem se subdividirem em duplas. Metade das duplas
devem pertencer a um grupo de a outra metade a outro grupo. Uma das duplas inicia o jogo. Um dos
alunos pega uma das peças de dentro do saco, e vai descrevendo-a para seu colega da dupla que
simultaneamente deve ir anotando no quadro de giz. Se os dois acertaram marca um ponto para o
grupo no qual pertencem.
Faixa Etária: Jardim III a 2ª Série.

7. SEU MESTRE CHAMOU

Material: Uma peça de “Blocos Lógicos” para cada participante.
Desenvolvimento: As crianças devem sentar-se em círculo. A professora distribui uma
peça para cada criança e fica no centro da roda. Este exercício pode ser graduado: Vêm para o
centro os que tiverem quadrado. “Vem para o centro os que tiverem quadrado amarelos”. Vêm para o
centro onde tiver quadrados amarelos grossos. “Os que errarem podem esperar sentados no centro,
até o começo de uma nova rodada”. Variação: A professora pode fazer o chamado através de cartões como os do exercício
4, só que em tamanho maior.
Faixa Etária: Variando o número de atributos, conforme atividade descrita.

8. QUEM É O DIFERENTE?

Material: Um jogo de Blocos Lógicos
Desenvolvimento: A professora escolhe peças que tenham atributos em comum e
entre elas coloca uma que seja diferente. Ex.: uma peça azul pequena entre outras azuis e grandes.
A professora fala ou canta uma destas peças, não é igual a outra. É diferente, para perceber basta
olhar. Quero ver agora, quem percebe a diferença. Antes que eu acabe de cantar. As crianças
devem apontar a peça diferente.


Faixa Etária: Jardim II, III e 1ª Série

domingo, 8 de setembro de 2013

Tecnologia Assistiva

Tecnologia Assistiva: Pranchas de Comunicação




Descrição da imagem:Prancha principal,liga o tema AJUDAS á prancha temática AJUDA NECESSÁRIAS.A imagem mostra duas pranchas de comunicação.A primeira prancha possui símbolos representando os assuntos como BRINCAR,COMER ,BEBER,COMPRAR,PRECISO DE AJUDA e outros.A segunda prancha é temática , e explora o assunto específico de AJUDAS NECESSARIAS e elenca através dos símbolos as várias necessidades do aluno:TIRAR ÓCULOS,BOTAR ÓCULOS,TENHO DOR,SAIR DA CADEIRA,entre outros.

          

  Uma prancha de comunicação apresenta de forma organizada,um conjunto de símbolos,podendo ser classificada como:índice ou prancha principal.Cada símbolo da prancha índice pode ser desdobrado em outra prancha temática.Por exemplo:se o aluno aponta em sua prancha índice "EU QUERO",recorre a outra prancha temática,apontando os símbolos que se referem á ajuda necessárias,como:IR AO BANHEIRO,VESTIR CASACO e outras.As pranchas temáticas abordam temas como alimentação,escolha de lugares ,sentimentos e outras.
O planejamento de uma prancha é algo pessoal,no que diz respeito ao vocabulário,ao sistema simbólico escolhido,e seu tamanho.No caso de dificuldades motoras,pode acontecer que símbolos muito pequenos sejam difíceis de serem apontados diretamente pelo aluno em função da falta de coordenação ou presença de movimentos involuntários.
Projetamos e construímos um recurso considerando-se as habilidades motoras,sensoriais(visuais e auditivas) e cognitivas do aluno,bem como a portabilidade e praticidade do uso.